A vocação do ABC

Por Nilson Bonome

Quando as eleições municipais se aproximam, vimos e ouvimos os prefeituráveis falando sobre o resgate da vocação produtiva de sua cidade: Santo André precisa a voltar a ser a cidade da industria têxtil e de borracha forte; São Caetano precisa resgatar as industrias metalúrgicas; São Bernardo do Campo precisa estancar o êxodo das industrias automobilísticas; Mauá que um dia foi a cidade da porcelana, hoje tenta agregar empresas de logística, devido a sua localização na entrada do Rodoanel.

Mas será que vamos buscar vocacionar nossa região apenas na industrialização, enquanto o mundo aponta para outro caminho, mais rápido e mais rentável?  De acordo com o jornal Valor Econômico, As empresas do mercado de tecnologia registraram faturamento de R$ 467,8 bilhões em 2017, crescimento nominal de 5,4%, enquanto a indústria cresceu 2,5% , após ficar cinco anos com perdas que chegaram a 8,3% em 2015.

Quando fui secretário de Finanças e Governo em Santo André, propomos a criação do Polo Tecnológico da cidade, mas por questões burocráticas do Estado e falta de vontade dos governos sucessores a ideia não saiu do papel. Acredito que a vocação do ABC seja desenvolver tecnologia para o Brasil e para o mundo. Pequenas startups geram milhões em riquezas, não polui e ainda inovam no setor de saúde, educação e segurança.

Em Brasília pretendo propor um projeto que busque parceria entre o Ministério de Ciência e Tecnologia, Ministério de Educação e as prefeituras. O governo subsidia pequenas incubadoras de startups nos municípios; a prefeitura entra como mediadora na escolha dos projetos, no custeio do equipamento, e em troca a municipalidade se torna sócia em uma porcentagem do produto desenvolvido.

A prefeitura e o estado entram como investidores de pequenas startups e recebem um percentual quando a tecnologia desenvolvida  por ela for vendida dentro ou fora do território nacional.

Creio que a vocação do ABC é olhar para o futuro e faremos de tudo para que este futuro seja de prosperidade .